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Joana Amaral Dias

por Henrique Monteiro, em 09.11.08

 

 

Texto  de Priscilla Santos

 

O mundo político foi finalmente invadido pela era das imagens plásticas e fotográficas. Talvez com uma ou duas olhadas sobre Obamas, sobre Pallins e Brunis Sarkozys sejam o suficiente para que se fique averiguado o quanto apelos emocionais rasos resultam quando unidos a belos rostos ou a belas notas passionais em qualquer jornal da esquina.

 

Não é para dizer que seja um fenômeno novíssimo porque difícil é encontrar o que há de novíssimo no espírito humano deste que um deus pouco criativo e entediado resolveu criá-los; melhor que ser é parecer, mas, ao menos, na época em que uma mentira dita mil vezes se tornava uma verdade, havia algum trabalho em mentir, hoje só há o trabalho se fazer o sexo certo na praia certa.

 

Joana Amaral Dias começou sua carreira no ballet, mas, seguindo a tradição da família ligada a medicina, foi-se para o ramo da farmacêutica e, de lá, para o da Psicologia onde fez pós -graduação em psicodrama e terapia familiar. Chegou à docência Instituto Superior Miguel Torga de Coimbra, universidade em que seu pai, o também terapeuta Carlos Amaral Dias, era reitor.

 

Nasceu num 13 de maio em Loanda como se fosse premonição de sua futura simpatia pelas esquerdas; ainda na academia, aproximou-se das questões sociais integrando várias ONGs ligadas aos direitos das minorias e, ato contínuo, assinou filiação com o Bloco de Esquerda, partido português nascido em 1999 pela fusão de três partidos marxo-trotskistas (se não for de mal jeito cunhar essa palavra) que, como o próprio BE hoje, tinham a mesma força de influência que os comunistas no Ocidente: quando existente, falaciosa. Membro da Mesa Nacional deste grupo, chegou a ser eleita deputada e , então, a mandatária (uma espécie de conselheira) da juventude na presidência de Mário Soares.

 

Em meio a tantos interes, cultivou com colaboradores o blogue Bicho Carpinteiro e o afinco na tarefa fez dela uma das figuras mais influentes e especializadas da blogosfera lusitana. Mas, que fazer? A despeito desses expedientes, a moça destaca-se mesmo pelo comportamento mordaz e discurso de sub-metralhadora que dispara contra tudo e todos, principalmente quando a pauta são assuntos polêmicos como a descriminalização do aborto (tema nacional já tanto superado), o uso de véus pelas mulçumanas em ambiente escolar, a incapacidade dos professores nacionais ou o sex appeal do presidente Sócrates. Isso caracteriza Joana Dias como uma figura polêmica?

 

Toda polêmica deve trazer uma provocação que é desconstruir, mesmo que com violência ou traumas, certos conceitos para que se possam pensar outros então poderíamos pensar que sim, que Joana Amaral é entusiasta da polêmica, mas o que a moça desfila são os ares da política contemporânea, apenas imagens. Imagens, fala violenta e combativa, desagravos sobre todos, fotografias em poses ousadas. JAM faz de tudo isso uma hecatombe de opiniões em que são todas vazias para além das boas intenções, molde tradicional das esquerdas atuais. Mas, como dito no início, o defeito não achaca somente o lado dos vermelhos; temos visto por aí apelos por todos os cantos. E, como não sairemos da nossa comodidade para fazer coisa alguma (afinal, esses pin-balls políticos têm sido o melhor dos entretenimentos), o que resta é ficar com o carinho para os olhos que nos oferece de tão bom grado nossa mulher da semana.

 

Texto e desenho no Obvious

 

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