De Henrik a 18.09.2009 às 19:29
Mas ainda tens fé nos Portugueses? Isso revela no mínimo uma dose massiva de imaginação. Concordo com a afirmação acima dada, a Democracia (representativa, ein!) é a manifestação de uma pluralidade e não de uma unidade uniforme. Talvez na melhor das hipóteses seja uma unidade plural pois implica que haja um certo conjunto de elementos comuns ao mesmo povo que ainda assim se revelam por contraste. Uma questão interessante é tentar perceber porque há tanta abstenção (ah sim! a abstenção também é um acto político, meus caros) e isso não é tão obscuro como possa parecer. As actuais sociedades não possuem ideiais tão claros como outrora, i.e., anteriormente não se estava no partido comunista, socialista, nacionalista, etc., antes ERA-se do partido. Ou seja, a manifestação partidária tinha uma amplitude visceral, metafísica, ou se era ou não se era. E ser-se de um partido era ser-se um tipo (um género) de pessoa. Era assim que se catalogava politicamente e, portanto, socialmente. O mesmo não se pode dizer da actualidade. As convicções comunistas perderam-se com a queda do muro de Berlim (talvez antes) os nacionalismos continuam a dar votos mas todavia reina uma certa confusão sobre o que é que representa para nós enquanto indivíduos este ou aquele partido. E nessa indefinição actual reside a abstenção que é uma consequência clara da falta de convicções. O que pode ou não ser um problema de acordo com as convicções que se têm.